quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aguenta Coração

Não consigo parar de pensar nele. Se estará bem, no que se terá passado e inevitavelmente nas consequências futuras. Se ontem sentia uma certa satisfação de o saber assim, o que é certo é que com o passar do tempo fui ficando cada vez mais angustiada. Sinto-me mesmo muito confusa. Tenho vontade de o procurar, de tentar saber se está bem, se precisa de alguma coisa mas, não posso fazer isso. Não devo fazer isso, ele não merece.
Ontem à noite revi, mais uma vez, o filme dos últimos meses que passei com ele. Relembrei o que senti, o ele estar comigo com a cabeça noutro lugar, estava junto de mim mas muito ausente, o beijo já não era igual, o olhar era tão vazio. Deixou de me amar, acontece, não o critico por isso. Ninguém manda no coração. Mas tudo o que se passou depois, ou melhor o que se passou durante. Lembro-me que na semana que sai do hospital, ele saia todos os dias as 6h da manhã, fardado para ir trabalhar e aparecia em casa por volta das 22h. Mais tarde vim a descobrir que ele já não trabalhava nessa altura. Que nome se dá este tipo de comportamento? Eu estava doente, com uma medicação muito forte, que me levava a passar os dias inteiros a dormir, e tinha a minha filha com pouco mais de um ano para tratar. Mas ele, mesmo assim, deixava-me sozinha e ia não sei para onde...isto é o quê? Egoísmo? Irresponsabilidade? Falta de carácter? Sei que cometi erros, também tenho as minha culpas, nenhuma relação acaba por culpa de uma única pessoa. Se ele se apaixonou é porque eu não o preenchia eu não fui a pessoa que ele estava à espera. Mas terei eu cometido erros tão graves que justifiquem tudo o que eu senti com as atitudes dele?
Eu gostava de um dia falar com ele sobre tudo isto. Procurar algumas respostas para poder arrumar de vez este assunto na minha cabeça. Tenho um sentimento enorme de culpa, com fundamento? Sem fundamento? Não sei. Reconheço alguns erros, aceito essas responsabilidades. Mas eu queria saber, ouvir da boca dele o que o levou a tratar-me assim.
Agora, ao vê-lo assim, apesar de tanta raiva, do ressentimento que sinto por ele, não consigo deixar de pensar que o devia procurar, ajudar, e mais duvidas nascem, pois quando foi comigo, quando fui eu que precisei, ele virou as costa e não hesitou em me abandonar. Mas eu não tenho essa leviandade. Não sei o que vou fazer, ainda não decidi, também não sei se ele aceita a minha ajuda, se ele interpretará a minha preocupação de outra forma.
Estes acontecimentos foram mais uma lição que a vida me deu. Só se colhe aquilo que se semeia, nunca faças o mal à espera que te venha o bem.

2 comentários:

Helena santana disse...

Pára de te culpabilizar.Tu fizeste TUDO o que era possível.Eu sei, porque eu estou a viver o mesmo, mas já não me culpabilizo. Eles fazem chantagem psicológica connosco, para pensarmos que a culpa da relação ter falhado é nossa.Mas não é. Força para a frente. Fala comigo, se quiseres. Ambas podemos apoiar-nos. Um abraço grande

Verinha disse...

Querida amiga, siga em frente, pq eu ainda não consequi esquecer meu ex-marido e já vão fazer 3 anos.
Mas espero em Deus que um dia isso acabe. Aprendia conviver com ele e a outra pessoa (que era de nosso relacionamento).
Pense que se aconteceu assim é pq Deus sabe o que é melhor para vc e ele não te merecia !!!
Peça a Deus forças para enfrentar e amar de novo !!!
um beijo amiga.
Fique bem e se cuida.