sábado, 21 de fevereiro de 2009

Mais uma surpresa

Como contei num post anterior, o meu esta com gagueira, possivelmente resultado de algo mais grave mas que ele não quer contar. Ontem foi ao desfile de Carnaval da filha, foi uma enorme surpresa encontra-lo lá visto que desde a festa de natal de 2006 que ele nunca mais compareceu em nenhuma festa da escola da Nicole. Como eu lá estava e ele é que chegou e não falou eu também fiquei na minha. Apareceu ele e a mãe. No final do desfile a Nicole entrou na escola e eu fiquei um pouco na conversa fora e reparei que ele continuava lá, à espera de não sei bem o que. Fui embora, e estava eu no carro para arrancar toca o telefone, número anónimo. era ele. Pediu para ir buscar a Nicole ontem pois ia para o Alentejo. Eu disse que sim para a ir buscar a minha casa as 18h. Foi então que tive mais uma surpresa: "diz sempre a Nicole que o pai gosta muito dela". Perguntei mais uma vez o que se estava a passar, que eu tinha o direito de saber, perguntei se ele estava em condições de cuidar da Nicole o que ele respondeu que tinha a mãe e a irmã para o ajudar e não me quis dizer o que se estava a passar. O meu coração ficou muito mas mesmo muito apertado e depois de ir embora não consegui evitar as lágrimas. Amanha vou voltar a falar com ele e no mínimo tentar saber se é uma coisa assim tão grave para a qual me deva preparar e inevitavelmente preparar a minha filha.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aguenta Coração

Não consigo parar de pensar nele. Se estará bem, no que se terá passado e inevitavelmente nas consequências futuras. Se ontem sentia uma certa satisfação de o saber assim, o que é certo é que com o passar do tempo fui ficando cada vez mais angustiada. Sinto-me mesmo muito confusa. Tenho vontade de o procurar, de tentar saber se está bem, se precisa de alguma coisa mas, não posso fazer isso. Não devo fazer isso, ele não merece.
Ontem à noite revi, mais uma vez, o filme dos últimos meses que passei com ele. Relembrei o que senti, o ele estar comigo com a cabeça noutro lugar, estava junto de mim mas muito ausente, o beijo já não era igual, o olhar era tão vazio. Deixou de me amar, acontece, não o critico por isso. Ninguém manda no coração. Mas tudo o que se passou depois, ou melhor o que se passou durante. Lembro-me que na semana que sai do hospital, ele saia todos os dias as 6h da manhã, fardado para ir trabalhar e aparecia em casa por volta das 22h. Mais tarde vim a descobrir que ele já não trabalhava nessa altura. Que nome se dá este tipo de comportamento? Eu estava doente, com uma medicação muito forte, que me levava a passar os dias inteiros a dormir, e tinha a minha filha com pouco mais de um ano para tratar. Mas ele, mesmo assim, deixava-me sozinha e ia não sei para onde...isto é o quê? Egoísmo? Irresponsabilidade? Falta de carácter? Sei que cometi erros, também tenho as minha culpas, nenhuma relação acaba por culpa de uma única pessoa. Se ele se apaixonou é porque eu não o preenchia eu não fui a pessoa que ele estava à espera. Mas terei eu cometido erros tão graves que justifiquem tudo o que eu senti com as atitudes dele?
Eu gostava de um dia falar com ele sobre tudo isto. Procurar algumas respostas para poder arrumar de vez este assunto na minha cabeça. Tenho um sentimento enorme de culpa, com fundamento? Sem fundamento? Não sei. Reconheço alguns erros, aceito essas responsabilidades. Mas eu queria saber, ouvir da boca dele o que o levou a tratar-me assim.
Agora, ao vê-lo assim, apesar de tanta raiva, do ressentimento que sinto por ele, não consigo deixar de pensar que o devia procurar, ajudar, e mais duvidas nascem, pois quando foi comigo, quando fui eu que precisei, ele virou as costa e não hesitou em me abandonar. Mas eu não tenho essa leviandade. Não sei o que vou fazer, ainda não decidi, também não sei se ele aceita a minha ajuda, se ele interpretará a minha preocupação de outra forma.
Estes acontecimentos foram mais uma lição que a vida me deu. Só se colhe aquilo que se semeia, nunca faças o mal à espera que te venha o bem.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

As voltas que a vida dá..

Bem hoje venho actualizar este blogue na semana passada recebi uma notificação do tribunal de família, para eu no prazo de 5 dias fazer chegar o valor em divida, o meu NIB, e caso eu soubesse a entidade patronal do meu ex. Antes de fazer a carta liguei para o tribunal afim de esclarecer umas coisas e fiquei a saber que o ultimo emprego do meu ex declarado na segurança social foi o ultimo que teve ainda casado comigo. Ou seja, ele se trabalha, não declara...pelos vistos a minha luta será inglória pois sem rendimentos declarados o tribunal não o poderá obrigar a pagar o que deve a tempo e horas pois não?
Passando à frente, neste domingo passei por uma situação que me deixou completamente chocada, o pai da minha filha esta com gagueira...não me perguntem o que aconteceu que eu não sei, ele não me disse. Apenas sei que está num estado lastimável. O meu pai me tinha dito que ele estava doente mas eu não imaginei que estivesse assim tão mal ate ver com os meus próprios olhos.
Recebi a Nicole e perguntei se vinha buscá-la no próximo fim de semana, foi então que me dei conta que ele estava a falar com a voz completamente presa, gaguejava imenso, paralisava...fiquei em estado choque. A minha reacção imediata foi perguntar o que se tinha passado, ao que ele respondeu que esteve internado durante a semana passada e tinha vindo passar o fim de semana a casa e seria novamente internado na segunda feira(ontem). Quando lhe perguntei o que tinha, disse simplesmente que são coisas que acontecem, e foi embora.
Não sei descrever o que senti. No momento exacto em que me apercebi do estado a que ele chegou, senti preocupação, pena talvez, mas passado o choque inicial, senti uma coisa horrível...senti que afinal é nesta vida que tudo se paga. Provavelmente ao lerem isto ficarão chocados com as minhas palavras mas é o que eu sinto, não me orgulho disso, mas é a verdade. Não lhe desejo mal, é o pai da minha filha, mas depois de tudo o que eu passei, tudo o que eu sofri, é o que eu consigo sentir.