terça-feira, 11 de novembro de 2008

Dias de chuva

Esta semana tem sido longa. Os dias custam a passar. Tenho voltado a ter dificuldades em dormir. No entanto consegui passar a semana sem recorrer aos químicos. Acho que toda esta minha inquietação se deve ao facto de ter pessoas que me são queridas a passar por uma situação, de uma maneira ou de outra, igual à que eu passei.

Eu adoro dias de chuva apesar de ficar deprimida com eles. Mas gosto de ouvir os pingos a bater na janela. Se à noite chover pode ser que a melodia das gotas a cair me embalem e eu consigo desligar o interruptor dos meus alertas pessoais. Já há longos meses que não vejo o ex. E o facto de saber que as semanas vão passando e que o dia de ter de o enfrentar em tribunal se aproxima tem-me deixado nervosa...demasiado nervosa mesmo. Toda a minha gente me diz que é paranóia minha mas eu é que sei o que vai cá dentro. E ainda me sinto demasiado vulnerável aquela personagem. É simplesmente inexplicável o receio que tenho de o voltar a ver. Costumasse dizer que longe da vista longe do coração, e tenho demasiado medo daquilo que eu possa vir a sentir quando estiver na presença dele. E sobretudo não quero sequer ter em hipótese deixar transparecer aos olhos dele os meus sentimentos.

Mas nem tudo é mau ultimamente. A Nicole está mais calma e anda imensamente carinhosa comigo. Não há nada melhor que ouvir dizer: "gosto muito de ti mamã", bem eu fico nas nuvens, e sinto capaz de enfrentar este mundo e o outro.

No Domingo à noite, já não sei porque razão, ela me diz, que esteve a ver fotografias minhas e do pai em casa da avó. "Tinhas flores na mão e estava com um vestido branco", percebi logo que tipo de fotografias tinha estado a ver com a avó. O que eu não percebi foi porque raio a avó foi mexer naquelas fotografias. Sinceramente pensava que elas já não existiam. E sinto um arrepio ao imaginar a cena deles a verem as fotos. Isto é, a avó, o pai, a menina, e claro esta a dita cuja. è no mínimo de mau gosto...nem quero imaginar o que levou a tal cenário. Por isso eu senti as orelhas quentes no domingo....

Quero que se lixem todos....

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As voltas com a miuda...

Tenho andado ocupada com a minha filha. Parece-me que ela esta a começar a perceber a sua situação familiar. Noto que quando vem do pai, aos domingos, me rejeita, no entanto na segunda de manha esta tudo bem. Comecei a ignorar este comportamento e não a pressiono para estar comigo, embora eu esteja deserta de tantas saudades dela. agora começam as perguntas: mãe porque o pai não vive connosco? mãe queres que eu diga ao pai para te dar um beijinho? meu Deus o que se passa com a minha filha? onde ela vai buscar tais ideias?
em conversa com uma amiga, ela disse-me que talvez não seja má ideia levar a menina a um psicólogo. estou a ponderar essa sugestão. acho que a minha filha faz tudo para chamar a atenção. confesso que estou um pouco confusa pois eu vivo literalmente para ela, não sei onde posso eu lhe dar mais atenção.
acho que vou seguir o conselho da minha amiga e levar a miúda a uma consulta de psicologia. vou estar atenta aos seus comportamentos.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A minha escolha errada

Falei contigo pela manhã. Liguei-te para falar com a Nicole. Ouvi a tua voz e estremeci de dor. Dor que tu tens o dom de provocar ao transmitires tamanho desprezo. Provocas-me um imenso sentimento de impotência por não conseguir alterar isso. A tua voz é fria e impessoal, parece que aniquilaste todas as recordações de mim. Que mal eu te fiz para teres essa reacção? Atrevo-me mesmo a dizer que me odeias.
Cheguei à conclusão que sou incapaz de voltar a amar. Não te consigo esquecer. Fico feliz de ter uma filha fruto deste amor. Se pudesse, pedia-te uma última coisa. Pedia-te para te lembrares sempre de mim, para te lembrares daquilo que fomos, daquilo que vivemos. Mas como te posso pedir isto, se nem um simples olá te posso dizer?
Vi-te sorrir, vi-te chorar, vi-te dormir, passei muitos anos contigo, conheço os teus medos e tu sabes os meus, conheço-te bem. Mas ainda assim tive de te dizer adeus. Tu foste aquele amor! Foste aquele que eu escolhi. Adeus meu amor, meu amigo, meu companheiro.
Quando foste buscar a Nicole, apercebi-me que sou incapaz de te olhar. Sou incapaz de fixar os teus olhos. Talvez por ter medo que consigas ler nos meus tudo aquilo que sinto. Fazes-me vibrar, fazes-me estremecer. Prometi a mim mesma que não ia mais pensar em ti, não ia mais chorar por ti, suspirar por ti, mas não sou capaz. Não sou capaz de manter minha promessa. Tua ausência é um castigo. Esta dor dói mais que a traição que passou por aqui.
Gostava que não estivesses arrependido daquilo que vivemos. Queria que pensasses que valeu a pena. E que jamais esquecerás as nossas alegrias, as nossas vitórias, o nosso amor. Amor esse que ainda guardo no meu peito junto com as lembranças de ti. O teu sabor, o teu cheiro, tudo o que é teu. Não consigo avançar, partir pra outra como tu já partiste. A minha vida ficou presa em ti e não consigo evoluir. Toda agente me diz que sou louca por te amar, que sou louca por querer quem não me quer.
Se pudesse eternizar minha vida numa palavra seria sofrimento. Nunca deste valor ao amor que te dei. Eu previ o nosso fim. Eu sempre soube, no fundo eu sempre soube.
Um milhão de palavras não irão te trazer de volta, sei isso porque tentei-o. Nem tão pouco um mar de lágrimas, sei-o porque as chorei..

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Uma carta do passado...


O natal já lá vai...
O primeiro natal desde que partiste. Doeu muito. Não estiveste presente quando a Nicole chorou de medo porque o André se vestiu de Pai Natal, não lhe passaste a mão na cabeça para lhe afastares o medo. Não a viste delirar de alegria à medida que abria cada presente. Não a chamaste a atenção por estar a comer muitos doces. Não a foste adormecer com os novos "bebes" que recebeu, não me abraçaste à noite...nem me vais abraçar mais nenhuma noite. Esqueceste-te de nós. Partiste sem hesitar, abandonaste o teu lar, a tua família e a tua casa. Isto tudo doeu. Doeu não teres ligado para falares com a menina. Estavas junto de outra família e esqueceste-te da família que criaste.
Estou novamente em crise. Luto contra esta depressão que me assola. A minha vida é um sacrifício que tenho de viver por aquela criança que trouxe ao mundo. Tu não a queres, e isso doí. A minha vida não podia estar pior. As tuas lembranças não me largam. Penso em ti 24 horas por dia. Vejo-te em todo o lado e em tudo o que faço. Olho para a minha filha e vejo-te a ti. Que será que tu vês quando olhas para ela?
Tenho uma dor no peito. Porque me deixaste? Porque desfizeste o lar que construimos? Porque destruíste a família que criamos? Foste para melhor? Olha eu não. Eu vim para pior. Não paro de pensar como seria bom parar com esta dor. Mas ela só para quando o meu coração deixar de bater. E para deixar de bater eu teria de abandonar a minha filha...e tu não serias Pai para ela, tu não és Pai para ela.
E nem com essa dor, com esse desgosto, com essa desilusão, o meu amor por ti se abala.
Hoje estou imensamente triste. Sinto a tua falta mais do que nunca. Já quase há um ano que estamos separados e tu ainda circulas no meu sangue, ainda fazes o meu coração bater. Amo-te e Odeio-te.
Depois de todo o mal que me fizeste eu recebia-te de braços abertos. Contra tudo e contra todos. Mas tu foste fraco. Não lutaste contra aqueles que nos queriam separados. Como tu próprio disseste:" é tarde demais".
Nunca é tarde. Nunca é tarde para amar! E eu amo-te.
Hoje liguei-te. Liguei-te mais uma vez. Mas não consegui falar. As palavras atropelaram-se umas às outras, os pensamentos turbilharam as emoções fluíram e tu desligaste...
Todas as noites invades os meus sonhos. Entras sem pedir licença e instalaste. E eu durmo feliz. Só mesmo em sonhos sou feliz. Questiono-me se voltarei a sorrir, se voltarei a amar. Mas o meu coração esta ocupado, como voltarei a amar. És só tu que eu quero, és só tu que eu amo. Eu vivo em ti e tu vives em mim mas sem mim!!!!!!!
Tenho tanta mágoa em mim. Não tenho vontade de viver, não consigo despejar este sentimentos para ninguém. Quero desabafar com a minha irmã mas ela irrita-se só de ouvir o teu nome. Ninguém compreende porque eu estou tão presa em ti, porque ninguém sabe o quanto te amo.
Se o tempo voltasse atrás e se eu soubesse o que sei hoje, voltaria a fazer tudo outra vez. Fui feliz contigo...
Gostava de saber se és feliz, gostava de saber se valeu a pena deitares tudo a perder, se valeu a pena o sacrifício? Valeu a pena trocares tudo o que trocaste?
Nunca saberei...
Eu nunca te trocava por nada. Prometeste-me que seria até que a morte nos separasse. Mas que eu saiba ambos estamos vivos.
Porque desvaneceu o teu sorriso, quem roubou o nosso amor? São mais quentes os braços para onde fostes? É mais doce o beijo que recebes? É maior o amor que ela te dá? Fazes parte da minha vida. Estás ligado a mim para toda a vida. E durante toda a vida irei esperar por ti. E se um dia reconsiderares, se algum dia quiseres voltar, eu te irei receber. Nunca falarei do passado. Mas resgatarei os sonhos por anos adormecidos e farei deles o meu lema de vida. Só então voltarei a sorrir, só então adormecerei feliz.
Provavelmente estou louca por te amar assim. Pois assim seja serei louca toda a vida. Pois toda a vida te amarei.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O inicio do fim...




























Hoje, passados já, 19 meses, renascida das cinzas, acho que consigo ter o discernimento de fazer um balanço claro e exacto do que se passou. Separei-me no dia em que a minha filha festejou o seu segundo aniversário. Ele quis que eu saísse de casa...e eu sai. Segundo ele diz, deixou de me amar, é claro que como "homem" que é, primeiro arranjou uma substituta. Hoje em dia nem sequer nos falamos. Ele diz que não consegue ter uma conversa comigo, e eu não consigo olhar para a cara da pessoa que destruiu tudo em mim.

Em Junho deste ano, deixei de tomar a infindavel lista de antidepressivos e calmantes que o meu psiquiatra me receitou. Foi à terceira tentativa mas consegui. Por recomendação médica ainda hoje os teria de tomar mas, cansei-me de ver o meu dia a dia sob uma neblina de calmantes. Hoje vivo para a minha filha, é por ela que me levanto todos os dias de manhã. Vivo aterrorizada por sentir que recai sobre mim toda a responsabilidade na educação dela. O pai, embora a venha buscar quase todos os fins de semana, não sinto que contribua muito para a sua formação. Tenho a preciosa ajuda do meu pai e da minha muito amada irmã e um super cunhado que estiveram sempre, sempre ao meu lado.

A razão que me levou a criar este blog, é muito simples, desabafo, e se calhar existe a remota hipótese de alguém ler aquilo que escrevo e esteja a passar por igual situação, e eu sou a testemunha viva de que, doí, doí muito um divorcio, principalmente quando ainda se ama, mas agente sobrevive.
















"Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara muitas vezes"!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" pra ser insignificante."