sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Balanço...


Quando me separei, graças a Deus tive muitos amigos por perto. E alguns deles também divorciados, como tal, com a experiência de já terem passado por aquilo que eu estava na altura a passar, me aconselharam a ter calma, que um dia aquela dor, iria passar. Pouco mais tarde, quando eu falava no ódio, raiva e revolta que estava a sentir, voltaram a dizer, calma isso vai passar, vai chegar o dia em que não sentirás nada, ele vai ser-te indiferente, e irá apenas ser o pai da tua filha.
Pois bem, acho que finalmente estou a entrar nesse capitulo. Não poderei dizer que me é totalmente indiferente, porque não consigo deixar de sentir revolta, mas, neste momento a revolta centrasse no comportamento que ele tem como pai.
Uma coisa incrível que me tem acontecido e que eu pensei jamais sentir, é que eu chego a arrepiar-me quando penso que ele me esta a tocar, ou quando oiço a voz dele. Passada a fase da dor, consigo pensar com discernimento e cheguei a conclusão que a atitude que ele teve comigo foi no mínimo leviana. E não posso jamais nutrir sentimentos positivos por uma pessoa que me tratou de uma forma tão pouco digna.
Comecei então a recordar episódios passados, não só da altura da separação, mas por exemplo, poucos dias depois de eu ter tido a minha filha, lembro-me que ele me disse que chegou a pensar deixar-me sozinha na sala de partos porque eu lhe atirei com uma compressa. Na altura senti-me profundamente triste por o ter magoado. É claro que hoje acho ridículo, como é que ele pode pensar em me abandonar, quando eu estava a sofrer tamanha dor física, só pelo o facto de eu num acto de desespero ter atirado com uma compressa. Juntando a este mais uns quantos episódios idênticos que demonstram o tamanho egoísmo que ele tem, foi me ajudando a eliminar por completo qualquer sentimento romântico que eu poderia acalentar.
Nunca me vou arrepender daquilo que vivi com ele, tive momentos bons, embora os momentos maus superem sem margem de dúvida tudo aquilo que tive de bom. Mas depois tenho a minha filha... Há mais ou menos uma semana, uma amiga perguntou-me, se caso pudesse, eu voltaria a fazer tudo outra vez. Fiquei surpreendida com a resposta automática que tive. Foi um Sim! Convicto e sem hesitações. É claro que ela quis saber o porquê do meu Sim determinado. A resposta era clara como água para mim...qualquer felicidade em que a minha filha não esteja incluída não será por certo uma hipótese a considerar por mim. Ele não é um exemplo de pai, nem tão pouco aquele pai que eu sonhei e desejei para os meus filhos mas, infelizmente é o pai que ela tem. Não lhe desejo mal, mas também não lhe desejo bem. Espero apenas que ele esteja por perto porque sei o quanto a Nicole o ama, e não quero que a minha filha sofra. Se um dia ela se afastar, quero que seja por iniciativa dela, jamais quero que ela um dia me diga que não tem contacto com o pai por culpa minha. Só eu sei o que me custa saber que ela vai para junto da mulher que ajudou a cimentar o fim do meu casamento e consequentemente destruiu os meus sonhos. Não conheço a senhora, não sei se é boa ou má, gorda ou magra, simplesmente não sei...mas sei que vou ter que permitir que a Nicole conviva com ela e isso...bem é qualquer coisa como ..GRRRRRRRRRRR...mas enfim, uma etapa de cada vez...pode ser que daqui a algum tempo eu também possa dizer que ela já não me aquece nem me arrefece. Afinal de contas sei bem a peça que ela tem lá em casa!!!

3 comentários:

Bruno Fehr disse...

"só pelo o facto de eu num acto de desespero ter atirado com uma compressa"

Ele ficou assim por causa disso? Nao deverá ele ter sido mimado demais?
Olha, eu assisti ao parto da minha tia, porque ela expulsou o meu tio da sala, as palavras dela para com ele, enquanto estava em dores foram:

"Tirem-me este filho da mãe daqui"

E acrescentou:

"Tu nunca mais me tocas"

Depois disto atirou-lhe com um instrumento médico que roubou do médico que ali estava.

Já era o terceiro parto dela, no segundo ela em dores tinha-lhe dito que queria o divórcio.

O meu tio, nunca parou de amar e não a censurou nunca, ele tinha consciência que a dores deveriam ser horríveis.

Na minha humilde opinião, deves pensar mais em ti e menos em quem não merece. O teu ex fará sempre parte da tua vida por ser o pai da tua filha e a tua única preocupação, é que ele seja um bom pai. O resto é passado.

nicole disse...

obrigado pelo conselho

é exactamente essa a minha luta, deixar o passado morrer, na minha cabeça e no meu coraçao...

Cláudia disse...

Nicole, sei bem o que sentes e o que custa viver com um homem assim. Estive casada 9 anos, com o homem mais "sincero" do mundo, infelizmente nos últimos 3 anos de casamento, este homem "sincero" fez-me de tudo um pouco, por causa de uma colega de trabalho (casada). Estou separada á 10 meses, e ele já assumio o relacionamento com ela, porque a minha sorte é tão grande, que vivo em casa da minha mãe com a minha filha e ele vive na nossa casa, que é no andar mesmo por baixo.Há 3 semanas fui confronta-lo com o facto de ele levar "a colega" para a minha casa, o meu quarto, para a minha cama, apesar de ele saber que se ouve tudo nestas casas.
Pediu-me muitas desculpas e que não me queria desrespeitar, pois, o facto é que ela continua a ir para lá (como consegue ela, estar lá "na boa", sabendo que a ex está no andar de cima a ouvir tudo?)
Tem saído com a nossa filha e o filho dela (por 4 vezes), estranho para quem esteve 7 anos sem ligar nenhuma a filha. Penso que tenho 3recordações de ele brincar com a filha (em 7 anos).
Ao contrário de ti, eu conheci esta mulher, atraves de um concurso que vi na televisão, depois via num evento numa piscina da zona, onde ela fez de tudo para lhe chamar á atenção.
Disse ao pai da minha filha, que a queria conhecer pessoalmente, caso contrário não me sentiria nada á vontade em lhe entregar a minha filha, após algum tempo ela aceitou.
Tentou pedir-me desculpas, ao que eu respondi que não estava ali para falar do passado, mas sim de conhecer a pessoa que iria lidar com a minha filha, falei bem com ela, fui simpática.
Mas no meu intimo, só penso que talvez esta relação não dê resultado, que o meu ex acorde deste pesadelo, que veja a mulher que realmente ela é, e que valorize tudo o que fiz por ele.
Neste momento vivo num vazio enorme, não estou zangada, não estou com raiva, estou magoada e triste.
Apesar de saber que não quero voltar a viver como antes, ainda tenho um sentimento forte que isto é uma fase, que vai passar.
Eu sei que é ridiculo, mas ainda penso muito nisto.
Talvez com o tempo e se ele parar de me telefonar e de precisar de mim para tratar de tudo.
Tenho medo de ficar sozinha, depois do que ouvi e vi, nestes últimos 3 anos, tenho a auto-estima e confiança, completamente arrasadas.
Não saio, não vivo, apenas cuido da meinha filha (amo-a como não amo ninguem), trabalho, respiro.
Sempre com a esperança que isto seja uma fase.

Obrigada pelo teu Bloge, começava a pensar que estava doida e que ninguém percebia os meus sentimentos.